Autor: Paulo Levy
Editora: Bússola
Páginas: 266
Skoob
Avaliação: 5
Sinopse:
Embalado por sua amizade colorida com Dulce Neves, por doses de sua cachaça favorita, por seu empenho como pai à distância e por seu mingau de farinha láctea, o delegado Joaquim Dornelas mais uma vez usa de aguçada intuição e incrível faro policial para desvendar mais um complicado crime.
Resenha:
Dornelas me cativou já no primeiro livro. Desta vez o autor discorre mais sobre o trabalho em uma delegacia e gostei muito. Senti como se Dornelas estivesse mais maduro. Acho que é na verdade o próprio amadurecimento literário do autor.
Agora o crime envolve celebridades além do fato de acontecer em um evento de grande alcance. Confesso que inicialmente pensei que esta mescla iria atrapalhar o enredo e fugir muito da característica 'pé no chão' que tinha percebido no primeiro livro, mas não. O autor consegue juntar estes elementos 'hollywoodianos' com o aspecto interiorano de Palmyra e deixa tudo bem elaborado. As investigações são bem conduzidas e o mistério que embasa as boas estórias policiais estava sempre lá.
Muitos elementos são apresentados e fiquei com a impressão de que os detalhes me iriam escapar ao longo da leitura. Penso que se ler novamente, vou conseguir depreender melhor e perceber com mais clareza os sinais ao longo da trama. Porém os fios soltos que fui notando foram todos esclarecidos e o desfecho ficou interessante. Até um certo ponto previsível, mas interessante.
Agora o romance que foi pincelado no primeiro livro está a todo vapor! Senti falta de uma gafe hilária de Dornelas de novo, mas as passagens com Dulce ficaram bem feitas sem tirar o foco da narrativa. As tiradas hilárias, no entanto, continuaram presentes e ri muitas vezes.
- Quantos filhos a senhora tem?
- Cinco.
Dornelas arregalou os olhos.
- Todos homens?
- Todos. Josué, Josias, Josemar, Jonatas e Japonês.
- Japonês é nome? - Perguntou Caparrós.
- Do meu filho é. - rebateu a mulher, virando-se para o investigador, visivelmente indignada com a pergunta.
A ex de Dornelas resolve dar as caras, mas sua aparição é rápida e sem maiores consequências - até pensei que iria rolar uma briguinha básica, mas não houve. A vertente 'família' é trabalhada de forma sutil, mas marcante, em três situações específicas - a conversa com a ex-mulher, o bate-papo com o filho em uma das questões da adolescência e o vice-delegado Peixoto, que leva uma bronca daquelas de Dornelas, além de ter de enfrentar um desafio imposto por este.
Enfim, a diagramação é bem feita, com letras em tamanho bom de se ler. As páginas são brancas e não encontrei erros de grafia. Embora eu tenha sempre feito referência ao livro "Réquiem para um Assassino", este não é uma sequência do outro.
Recomendo a leitura! ;)
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