Resenha | Uma Vez na Vida, de Marianne Kavanagh [por Nadja Moreno]

Título: Uma Vez na Vida
Autora: Marianne Kavanagh
Editora: Única
Páginas: 285
Skoob
Avaliação: 

Uma história de amor, encontros e.... desencontros! Conheça Tess. Obcecada por roupas vintage, ela está sempre enrolada no emprego que detesta e em dúvida sobre seu namorado bonitão Dominic, que conheceu na universidade. Morando em um adorável apartamento com sua melhor amiga, Kirsty, ela poderia se considerar uma pessoa de sorte. Mas se sua vida é tão perfeita, por que ela se desfaz em lágrimas toda vez que pensa no futuro? Conheça George. Um músico brilhante que divide seu tempo entre brigar com os companheiros de sua banda de jazz e se preocupar com o pai doente. Mas ele sabe que a vida não é só isso. Deve haver mais alguma coisa. Algo especial. Tess e George são duas partes de um todo, almas gêmeas. Para a sorte deles, seus amigos em comum sabem que eles são feitos um para o outro. O problema é que eles não se conhecem e, sempre que a oportunidade aparece, a vida chacoalha os dois para longe. E agora? Se todos têm uma alma gêmea, como o destino faz para uni-los? Acompanhe a história divertida e apaixonante de Tess e George durante uma década de encontros malsucedidos, frustrações românticas e uma dúzia de recomeços. Uma vez na vida é uma comédia romântica moderna e inteligente sobre amizade, destino e oportunidades perdidas e reconquistadas!

Romance delicioso e que nutre de esperança até o coração mais desiludido. Assim descrevo Uma Vez na Vida. 

Tess e George é um casal comum, com seus problemas rotineiros e suas vidas tão complicadas quanto são complicadas as vidas de cada um de nós. Este livro conta seus encontros e desencontros ao longo de vários anos (tá, tudo bem, o termo 'encontros' é eufemismo de minha parte. Está mais para desencontros e desencontros).

O início do livro, até por volta da página 150 ou coisa parecida, é bastante desencontrado e fragmentado. Me perdi algumas vezes nos diálogos e não sabia bem do que estavam falando! Conta fatos aleatórios e outros não tanto, da vida de Tess, George e seus amigos. Os acontecimentos na vida de um e outro são contados em capítulos curtos, de forma intercalada. Depois que 'peguei o jeito' da narrativa, o livro se tornou mais fluído e me prendeu mais a atenção a ponto de ficar triste a cada vez que precisava muito parar uns minutos a leitura.

Além de Tess e George, vários outros personagens nos são apresentados e alguns são marcantes. Kirsty, a amiga que todo mundo precisa ter; Dominic que é o 'carinha certinho' que sempre sabe o momento certo de dizer a coisa certa (ele ganhou meu respeito haha); Stephanie, porque nenhuma história é boa o suficiente se o leitor não tiver alguém para odiar... todos muito bem apresentados, descritos e com suas personalidades bem demarcadas pela autora. Adorei a aparição singela ao longo da trama de Colin. Gostei do que li sobre ele.

Depois do início um tanto desencontrado que citei, a história vai tomando corpo e se tornando um romance muito gostoso de se ler. Com aqueles clichês que toda romântica, assumida ou não, gosta, e que encontramos naqueles livros que nos fazem suspirar. Confesso que em várias passagens fiquei com os olhos molhados.

O fim é previsível, mas muito bem montado. Acertado para que tudo se encaixe e terminemos com o clássico 'Felizes para Sempre' que é obrigatório nos romances, em especial este que tem por frase slogan: "Todo mundo tem uma alma gêmea". Inclusive, as conversas sobre o tema alma gêmea são um presente à parte, com comentários muito bacanas e que nos fazem pensar um pouco.

"A maioria das pessoas", disse Kisrty, "não é como meus pais. A maioria delas acaba com parceiros nascidos num raio de cinquenta quilômetros. Isso não me parece destino. Parece mais apatia."

"Por quê? Amo a Ellie. Só estou dizendo que se ela não existisse, ou se tivesse nascido na china e não em Liverpool, se tivesse escolhido ir para Cardiff e não para Manchester, eu teria conhecido outra pessoa. E agora eu estaria sentada aqui falando sobre... essa outra pessoa, e não sobre ela."

Além de alguns diálogos como estes, que nos fazem pensar a respeito das nossas escolhas, muitas frases também são lindas de se ler e nos dão a certeza de que essa coisa toda que chamam amor vale mesmo a pena, apesar de tudo:

"Eles são claramente feitos um para o outro", ele disse. "Dão força um para o outro, se apoiam, fazem o outro rir. A felicidade que sentem contagia todos os que estão em volta. Eles fazem a gente entender que o importante é o amor, que é o amor que nos torna aqueles que queremos ser".

Não, aconteceu porque a gente se encontrou. Depois que ficamos juntos, tudo o que a gente não podia fazer antes se tornou possível. Demos coragem um para o outro. Demos esperança um para o outro. Porque aí é que está a verdade. Algumas pessoas conseguem as coisas sozinhas, mas são raras. São aquelas feitas de aço. O restante de nós precisa encontrar alguém que nos ame, nos encoraje, e nos mantenha em segurança.

Sou uma romântica apaixonada sem recurso, sem cura. Então é claro que me apaixonei pela história e não me preocuparia de ter, em minha vida, tantos desencontros como Tess e George tiveram, se no fim das páginas eu pudesse dizer que valeu a pena esperar. Não sou de aço, prefiro ter alguém que me cuide...

Recomendo a leitura para todo coração apaixonado. Aos não apaixonados também, para saberem o que estão perdendo! ;)

Este livro foi gentilmente cedido pela Editora para esta resenha.