Desritmado
Dentre outras coisas, não tenho nada a dizer. Pode parecer estranho, mas essa é a realidade. E a realidade às vezes é mais estranha que parece. No mais, me encontro com uma vontade imensa de fazer algo que não consigo identificar. Essa ansiedade por esse algo desconhecido corrói e num simplicíssimo segundo o coração acelera os batimentos aumentam o calor aumenta e dias anos meses décadas e séculos se passam mas os ponteiros do relógio parecem criaturas friorentas que não se movem para manter a temperatura o mais agradável possível.
É impossível controlar essa reação que me deixa com respiração ofegante. E tudo se acelera ainda mais quando começo a pensar em coisas que estão próximas a acontecer e que poderiam ser o motivo de todo esse sufoco. Durante esse tempo tudo parece fazer sentido mas o ritmo acelera ainda mais. A sensação é a de estar acorrentado em uma cadeira dentro de um elevador caindo por falhas de segurança com olhos vendados e o pior de tudo no vácuo onde o som não se propaga e ninguém poderia me ouvir. Talvez seja difícil entender, mas há coisas que acalmam. Mesmo que você passe quase uma vida inteira, em algum momento você descobre o que pode te tranquilizar e deixar de lado o desconforto(?) causado por esse incrível efeito do pensamento apressado.
Descobrir a tranquilidade porém ainda não é a solução. Se você já sabe o que te acalma, basta que você não se deixe iniciar a sensação fazendo as atividades que te deixam mais zen. Não é mesmo? Não. Você precisa dessa sensação pra descobrir o que é o desconforto. Não há tranquilidade sem nervosismo. A ansiedade é um mal necessário. Só precisamos saber para que.
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Eu que sou extremamente ansiosa, me identifiquei muito lendo esse texto.
ResponderExcluirÉ o querer, sem saber o quê.
Adorei esse texto. Achei super interessante a frase que diz " Não há tranquilidade sem nervosismo".
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