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quarta-feira,
23
de

Semana "Livros em Pauta" - Post #4

Olá galera! Tudo na paz?

Mais uma postagem sobre o evento Livros em Pauta. Agora a entrevista é com o autor Doug Pereira. No evento Doug lançou contos em duas antologias - Mentes Inquietas e Amores Impossíveis. Vamos conhecê-lo?


(Aqui você pode ouvir a entrevista que está transcrita abaixo. Optei por não editar o som, portanto desprezem o comecinho - onde estamos na sessão de fotos com Cristine - e o final - onde corto a gravação no momento em que falava que ia deixar com o autor o marcador do blog, para conferir a postagem depois... ^^)


Escrev'Arte:  Vamos lá, quem é "Doug Pereira"?
Doug: Bom, eu sou Analista de Sistemas. Na verdade eu entrei na literatura apenas como um hobbie... iniciando como um hobbie, e depois começou a se tornar cada vez mais sério. E hoje eu já estou pensando em tornar a análise de sistemas um hobbie.

Escrev'Arte: Uau, que bacana! E como está esta sua introdução literária? Este é o primeiro lançamento? E como é esta emoção por estar fazendo hoje o lançamento de uma obra sua? (nunca vi entrevistadora fazer tantas perguntas ao mesmo tempo... é, tenho muito a aprender... haha)
Doug: É o primeiro lançamento. É uma experiência que... seria clichê dizer que é uma experiência totalmente nova (risos) mas enfim, é um apanhado de sentimentos assim, que a gente supõe quando a gente está almejando o lançamento - escrever um livro, lançar uma antologia... Mas 'ver' isso, 'sentir' isso de verdade mesmo, transitando no teu organismo é uma coisa muito sensacional.

Escrev'Arte: Tem obra sua em duas antologias hoje?
Doug: Sim. Estou em duas Antologias: no Mentes Inquietas e no Amores Impossíveis.

Escrev'Arte: Fale um pouquinho sobre estas obras suas.
Doug:  Bom, Mentes Inquietas é sobre pessoas, personagens, enfim... é um livro literário onde se trata de coisas mais perturbadoras. E assim, é o tema que eu mais gosto de escrever, sobre levar o seu personagem, ou o seu leitor a conhecer o extremo psicológico da coisa, a pressão psicológica da vida, etc. No meu conto, por exemplo, eu falo sobre um personagem que tem muito medo de uma determinada caverna, e aí ele, por um acaso do destino, é obrigado a enfrentar aquilo, e acaba se descobrindo na perdição daquilo. E encontra, na verdade, um prazer dentro este medo que ele tinha.

Escrev'Arte: Então vai fazer a gente pensar nos nossos medos?
Doug: Isso, exatamente.

Escrev'Arte: e o outro...
Doug: Em Amores Impossíveis eu quis fazer uma brincadeira com dois tipos de personagens totalmente diferentes, com um palhaço e uma gueixa, mas que ao mesmo tempo eles se reconheceram através da maquiagem, através do fato dos dois serem maquiados, eles se reconheceram e conseguiram encontrar uma equidade muito grande entre eles [...] E aí tem a questão de eles não conversarem, eles não tem palavras porque um é japonês e o outro é francês, e aí numa circunstância da Alemanha nazista eles se encontram e acontece, e brota este amor "impossível"...

Escrev'Arte: Tem alguma coisa "na gaveta"?
Doug: Ah, milhões de coisas! Assim como todos os participantes dos contos, a gente tem gavetas lotadas de contos...

Escrev'Arte: E você está pensando em escrever um livro, uma história completa só sua?
Doug: Sim. Eu estou trabalhando em uma novela. Uma coisa mais controversa, falando e revisitando algumas histórias antigas religiosas embora não seja religioso. Eu estou usando este mote para dar introdução à história. Para projetar a história do personagem. E é justamente seguindo este perfil da coisa do sofrimento do personagem levado ao extremo, de como o cara lida com aquela situação, tanto na questão física, dos desafios físicos que ele tem que enfrentar, quanto da pressão psicológica de ser,de repente, o cara que é o messias e tem que lidar com isso e tentar entender o que é ser o messias, e como se tornar uma pessoa respeitada no meio dele.

Escrev'Arte: Parece que você gosta desta linha de falar de "gente"...
Doug: É... eu gosto de falar da pressão psicológica. De como os seres humanos reagem quando estão sob o limite da pressão.

Escrev'Arte: Então vai ser por esta linha que a gente pode esperar de Doug Pereira daqui pra frente?
Doug: Sim, vai ser uma coisa bem tensa... E assim, no meu ponto de vista todos os personagens tem uma história. Por mais que eles, às vezes, não sejam protagonistas, cada um tem o seu nível de pressão para suportar e o seu caminho para trilhar.

Escrev'Arte: E o 'leitor', Doug, gosta do que?
Doug:  Bom, é difícil, eu gosto de escrever de uma forma mais subjetiva, ou seja, eu não entrego para o leitor aquilo tão mastigado. Hoje em dia tem sido mais comum os livros de maior sucesso, eles tem sido mais mastigados, tentando atingir uma abrangência maior de público. Eu procuro manter um equilíbrio. Por que assim, eu quero ter leitores, é óbvio. Eu não quero ser conhecido como um escritor clássico que ninguém lê ou que é reconhecido só
um meio literário, mas ao mesmo tempo que eu quero ser lido, eu quero encontrar um equilíbrio para chegar em um nível onde diga assim "bom, este cara escreve bem, ele tem conteúdo, tem um lirismo nas palavras dele.

Escrev'Arte: Não é só mercado né? Tem que atingir o mercado mas ele não pode ser o foco...
Doug: Exatamente. Os dois fazem parte. Você não pode ser hipócrita e dizer assim: não, eu não quero vender, eu só quero fazer uma obra artística. Isso é bobagem.

Escrev'Arte: E quem é o seu autor inspirador?
Doug: Ahh, os autores russos... O russos são os que mais pegam nesta questão psicológica. Dostoiévski, Tolstoi, Tchekhov... eles que exploram esta questão. Aliás, Freud foi um grande fã da literatura russa por isso,  porque eles eram realmente densos nesta parte. Até hoje os russos são assim, a gente tem aquela ideia estereotipa de que os russos são pessoas rudes, sisudos, barbudos... mas na verdade isso é só um reflexo de que eles extrapolam todas as emoções que eles tem.

Escrev'Arte: Olha aí uma visão diferente. já tem até a vertente para escrever alguma coisa sobre isso, quebrar os paradigmas...
Doug: Exatamente. A literatura russa é muito densa neste aspecto.

Escrev'Arte: Ok. Muito obrigada pela atenção, muito sucesso e vai lá agora que a galera está te esperando!

Doug, gostaria de agradecer grandemente sua atenção e disponibilidade por nos ceder esta entrevista. Desejo boa sorte, muito sucesso e que consiga, de fato, trocar o hobbie! 

Durante o evento participei da Palestra “Crítica Literária: como fazer uma eficiente resenha de livro”, com os palestrantes: Cesar Sinicio Marques,
especialista em Gramática e Texto da Língua Portuguesa pela Universidade Nove de Julho e Eric Novello,
autor e tradutor formado pelo Instituto Brasileiro de Audiovisual. 

Na palestra abordaram os tópicos que devem ser analisados e observados durante a leitura, para que a resenha crítica possa ser redigida de forma clara e verdadeira.



 
Pessoal, não deixem de comentar, como disse no post 1 sobre a Semana Livros em Pauta, vou sortear um livro no domingo próximo entre os que comentarem até lá. :)

Beijos, e boas leitoras a todos!


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